"Quero doar minha vida inteiramente a Deus": o chamado do Padre Moisés ao sacerdócio
- Thiago Charleaux | PASCOM
- 30 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de ago.
Padre Moisés – Paróquia Bom Jesus - Potim/SP
Testemunho Vocacional

Eu sou o Padre Moisés, da Arquidiocese de Aparecida. Atualmente, trabalho na Paróquia Bom Jesus, na cidade do Potim-SP. Tenho sete anos de sacerdócio e hoje venho, com muita alegria, partilhar com vocês como surgiu minha vocação.
Minha vocação sacerdotal nasceu dentro de um berço religioso. Graças a Deus, meus pais sempre foram muito ligados à fé. Desde pequeno, eles me levavam à igreja. Lembro que, na minha infância, todas as terças-feiras, às três da tarde, havia um momento de oração com as crianças na Comunidade Santa Margarida, onde cresci.
Na época, existia o Seminário Menor Nossa Senhora Aparecida, da nossa diocese, e o então reitor, Padre Matusalém, lançou o convite para que eu pensasse na vocação sacerdotal. No início, o que mais me atraía eram os paramentos do padre — achava aquilo muito bonito. Ele me pediu para conversar com meus pais, e minha mãe apoiou, mas meu pai achou que eu ainda era muito novo e que precisava conviver mais com a família. E assim segui minha caminhada.
Fiz Primeira Comunhão, Crisma, fui acólito, e continuei crescendo na fé. Sempre muito envolvido com a vida da Igreja, especialmente na minha comunidade e na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Aos 17 anos, a inquietação voltou, mas dessa vez com outro sentido: já não eram os paramentos que me encantavam, mas o desejo profundo de doar minha vida inteiramente a Deus.
Percebi que queria mais do que apenas servir como leigo. Queria entregar minha vida totalmente ao Reino. Sabia que a vocação matrimonial também é uma linda forma de servir, mas compreendi que Deus me chamava a viver de maneira mais radical, desprendido das coisas do mundo, focado nas coisas do alto.
Entrei no Seminário Missionário Bom Jesus. Terminei o Ensino Médio no Seminário Menor e segui para o Seminário Maior, onde estudei três anos de Filosofia e quatro anos de Teologia.
Foi um tempo desafiador. Vim de escola pública, e tive dificuldades com os estudos. Enquanto outros colegas tinham aulas só pela manhã, eu precisava estudar o dia todo e ainda fazer reforço. No seminário, a exigência é alta — a média era sete para cima — então precisei me esforçar muito. Outro desafio era a realidade da minha família: somos oito irmãos e, na época, só meu pai trabalhava. Eu tinha medo de que minha ausência prejudicasse em casa. Mas confiei em Deus e me agarrei a uma frase que ouvi: "Quando um jovem deixa sua casa para seguir a vocação, Deus envia um anjo em seu lugar." E, graças a Deus, nunca faltou o pão na mesa da minha família.
Tive uma forte devoção a Nossa Senhora Aparecida durante toda a caminhada. Sempre que encontrava dificuldades, recorria a ela, pedindo sua intercessão.
Durante minha formação, tive uma experiência missionária no Amazonas. Lá a realidade é completamente diferente: muitas comunidades, longas distâncias, acesso apenas por barco ou moto. Algumas comunidades viam o padre apenas uma vez a cada três anos. Foi desafiador, mas também profundamente transformador. Essa vivência me ensinou a valorizar ainda mais o que temos aqui na nossa diocese.
Hoje, tenho certeza: ser padre é uma grande alegria. Através do sacerdócio, posso ser sinal do Coração Misericordioso de Deus no mundo. Quando as pessoas agradecem pela missa, pela bênção, pelas visitas aos doentes ou pelo trabalho nas pastorais, isso me enche de gratidão.
Peço que continuem rezando por mim, para que eu possa ser, cada dia mais, um padre segundo o Coração Misericordioso de Jesus.



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